domingo, 17 de junho de 2012

HISTORIOGRAFIAS.


Historiografias: nosso desafio.



Este blog é de pertinência dos alunos do Colégio Municipal Vera Cruz, situada em Posto da Mata - Município de Nova Viçosa. Estaremos inserido textos de sala de aula e textos de alunos sobre os diversos conteudos das sextas, sétimas e oitavas. Esperamos que esse blog, possa acrescentar um pouco mais sobre a história dos homens.

Que tipo de história é ensinada nas aulas do professor João Vicente em Posto da Mata? Não é uma historiografia positivista, ou seja, de personagens (lembro-me das minhas aulas de história no Colégio Vila Lobos em Pirangi que o professor somente falava sobre os personagens, isto é, Pedro Alvares Cabral, Duque de Caxias, etc) . Muito menos é uma historiografia marxista que usa como metodologia os meios de produção, esquecendo os sujeitos da história. 

Talvez seja uma história não deixando de pensar nessas duas vertentes, mas angulando  naquilo que chamamos de Escola de Anales. Essa escola procura entender os desentendidos, ou marginalizados. Estudamos todos os personagens da história e todos são sujeitos: ricos e pobres, alfabetizados e analfabetos. Estudamos os fazendeiros de engenho e não deixamos de estudar os negros que viviam como escravos nas fazendas. Estudamos os reis medievais mas não postergamos em discorrer sobre os camponeses que viviam ao redor dos castelos medievais. Estudamos a inconfidencia Mineira e não deixamos de estudar a incofidencia baiana, que foi um movimento de negros e gente simples de Salvador.

 E procurando sempre contestar certos mitos historiográficos  por exemplo: Será que Pedro Alvares Cabral foi o primeiro europeu a chegar no Brasil? Ou: Tiradentes estava realmente interessado com a libertação do Brasil de Portugal ou ele queria se livrar das dividas pessoais com Portugal? Confrontamos historiadores-sociólogos, como Gilberto Freire que escreveu "Casa Grande e Senzala", asseverando que o relacionamento entre o branco e o negro era amistoso e que o negro era bem tratado pelo Senhor da senzala! E nos afinamos mais com o conceito de que o negro era tratado não como gente e sim como coisa!

Colocando esses termos podemos inferir aquela famosa estória indiana sobre os tres cegos: Conta a lenda que na Índia três cegos, sem conhecerem um elefante, tocaram, cada  um, uma parte do animal.  Do que eles pensaram se tratar? O primeiro cego tocou na tromba e disse: É uma cobra! O segundo, nas pernas grossas e disse: é uma arvore! E o terceiro na cauda e disse: é uma corda! Ou seja,  as pessoas não reconhecem a verdade,pois só conseguem perceber uma parte dela e pensam que é o todo. Assim é o ensino da história, parcial. Por isso que chamamos de historiografias, uma visão que procura abarcar todos os segmentos possíveis e tirar uma conclusões plausíveis. 

    No meu tempo de Universidade em Ribeirão Preto, lembro da frase do francês Fernando Brauder, autor de  um belíssimo livro, "O mediterrâneo" escreveu que " A história é como um rio. As águas passageiras representam a historia de indivíduos; as águas do meio do rio, os costumes; e ás águas do fundo, estuda um tempo maior”.

 “Historia” é uma palavra com dois significados. Falamos em história quando queremos nos referir a qualquer fato ocorrido no passado, como quando dizemos: “A Independência do Brasil aconteceu em 1822”. Ou seja,  história é um conjunto  do passado, de tudo o que passou ou aconteceu. Também falamos em história quando queremos nos referir ao trabalho do historiador, como quando dizemos: “outro dia li um livro sobre a história do Brasil”. Ou seja, nesse sentido história é a interpretação do historiador sobre o passado (Exemplo o quadro de Pedro Américo).

         Para concluir tenho um pequeno livro de algumas páginas, produto da conclusão da faculdade de história. Neste livro procurar entender a “história” da Assembleia de Deus. O meu intuito não era somente pelo fato de pertencer a essa denominação mas estudar com mais profundidade as bases historiográficas. Portanto, procurei os livros oficiais, como: Abraão de Almeida, Emilio Conde, Joanir de Oliveira e os livros dos missionários, Daniel Berg e Gunnar Vingreen. Procurei também outras fontes historiográficas que se contrapunham a historiografia oficial. Desta miscigenação nasceu um livro que chamaria “uma história da Assembleia de Deus”.

         Posso dizer, para concluir, que sou professor de história e também historiador dentro da minha área de pesquisa.



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