terça-feira, 16 de novembro de 2021

 Deus e Eu – Ex. 3.1-14

Introdução:  “Ignorância acerca de Deus, tanto de seus caminhos como da prática da comunhão com ele, está na raiz de boa parte da fraqueza da igreja em nossos dias...Hoje, consiste em coloca-lo certa distancia, se não negá-lo completamente... cristãos modernos, preocupados em manter práticas religiosas em um mundo irreligioso, permitiram, eles próprios, que Deus se tornasse distante... membros da igreja que olham para Deus pela extremidade errada do telescópio ...pigmeus” J.I.Pacher, O conhecimento de Deus.  

A advertência do falecido teólogo sobre cristãos pigmeus que reduziram Deus teria sido relevante para os israelitas no Egito. Os israelitas se multiplicaram, mas foram escravizados. No entanto, os capítulos 1 e 2, mal fazem menção ao nome de Deus. Em Êxodo 2.23, o clamor dos israelitas chega a Deus, mas o texto NÃO afirma que dirigiam esse clamor a ele. Em resposta ao clamor que sobe, contudo, agora Deus diz: “Eu desci” (Ex 3.8).

Hoje, as pessoas gostam de definir Deus à sua maneira. Pense naqueles que dizem: “Não sou religioso, mas sou espiritual”, ou “creio que Deus seja semelhante a ...” Na verdade, o que estão dizendo é: “Não quero que ninguém me fale o que pensar a respeito de Deus. Decidirei por minha conta como ele é. Eu o (a) imaginarei como me parece melhor” 

Contudo, Deus não é um conceito que podemos moldar conforme nossa vontade. Deus é. Deus é uma realidade – a realidade suprema. Portanto, nessa passagem, Deus diz: “Eu sou o que sou” (Ex 3.14). Deus define a si mesmo. Deus – e não nossa imaginação – determina e anuncia quem ele será e como ele será.  Mas, afinal, como ele é? Quem ele é?

1)    Acima de nós

Enquanto Moisés cuida do rebanho de seu sogro, vai parar no deserto perto de Horebe (Ex 3.1). Ali, bem uma sarça em chamas (v.2). Costumamos chama-la “sarça ardente”. Mas a única coisa que sabemos ao certo a seu respeito é que ela não estava ardendo! “Embora a sarça estivesse em chamas, não era consumida pelo fogo”. Ou seja, o fogo não estava queimando a sarça. Um fogo com frequência nos atrai para perto dele, e esse fogo atrai Moisés (Ex.3.3).

Em seguida, Deus chama Moisés de dentro dela: “Moisés! Moisés...não se aproxime. Tire as sandálias dos pés...” (Ex 3.4-5). É necessário que Moisés remova suas sandálias. Uma pergunta: Por que? O texto responde: “Pois o lugar em que você está é terra santa” (Ex 3.5). O termo “santo” significa “diferente” ou “separado”. Deus não é semelhante a nós. Ele é santo, glorioso, majestoso.

Depois, Deus se revela como Deus. Até aqui, Moisés se depara com uma sarça que fala, mas agora é informado: “Eu sou o Deus de seu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, o Deus de Jacó” (Ex 3.5). O impulso natural e imediato de Moisés é esconder o rosto, “pois teve medo de olhar para Deus”. Essa é a reação correta, pois em êxodo 33.20 Deus dirá a Moisés: “Voce não poderá ver minha face, pois ninguém poderá ver minha face e continuar vivo”. ATÉ MESMO OS GLORIOSOS SERAFINS, QUE NÃO TEM PECADO ALGUM, COBREM O ROSTO NA PRESENÇA DE DEUS (IS 6.2). DEUS ESTÁ ACIMA DE NÓS. 

2)    Em nosso meio

Veja, porém, o que Deus diz a Moisés nesse encontro: “De fato tenho visto a opressão sobre o meu povo no Egito, tenho escutado o seu clamor, por causa dos seus feitores, e sei quanto estão sofrendo” (Ex 3.7). Deus está acima de nós, mas também está em nosso meio. Só daremos valor a sua presença conosco se, primeiro, nos enchermos de temor reverente de sua superioridade. Deus está presente no meio de seu povo, mesmo que seu povo não perceba sua presença. Está próximo o suficiente para ver, ouvir e se preocupar. 

A maioria de nós sabe como é sentir-se esquecido por Deus. Voce clama por causa do seu sofrimento, como fizeram os israelitas (vs. 7-9). E tem a impressão, talvez como eles tiveram, de que Deus não ouve ou não se importa. Mas Deus diz: “...tenho visto... tenho ouvido...estou preocupado”. Aliás, Deus vai além: “Eu desci” (v.8).

Pode-se dizer que ele arregaçou as mangas para se envolver com a história do seu povo. Vai salvar o seu povo a fim de poder  leva-los “para uma terra boa e vasta, onde há leite e mel com fartura”, como prometeu (v.8).  Agora, a parte difícil para Moisés é Exodo 3.10: “Agora, portanto, vai. Eu te envio ao Faraó, para que tires meu povo, os israelitas do Egito”. Eis a questão: “Tenho visto... tenho ouvido... estou preocupado”. No entanto, VOCE ESTÁ DISPOSTO A SE COLOCAR NA BRECHA, SENDO MEU INSTRUMENTO?

3)    Quem sou eu?

“Moisés, porém, respondeu a Deus: Quem sou eu para ir ao Faraó e tirar os israelitas do Egito”? (Ex 3.11). Ele sente inadequado em razão de sua fraqueza (“quem sou eu”), do poder do Faraó (“para ir ao Faraó”) e do tamanho da tarefa (“e tirar os israelitas do Egito”). 

Quem sou eu? Hoje a identidade se tornou liquida e maleável. Antes, sua identidade era determinada pelo lugar em que você havia crescido e quem seus pais eram. Agora, porém, podemos nos inventar e reinventar quase que diariamente. Mudamos de carreira. Mudamos de um lugar para outro. Temos identidades online. A desintegração da família, da identidade nacional e da crença em Deus significa que nos tornamos a própria medida de nossa vida.

Para Moisés, o questionamento de sua identidade foi desencadeado por uma tarefa que ele sentiu incapaz de realizar. Hoje, certas identidades construídas tornam-se intensas demais. A incidência da depressão está mais alta que nunca, o que se deve, em parte, à fragilidade de nossa percepção de quem somos, que nos leva a avaliar e reavaliar constantemente nossa identidade e lidar com a incapacidade de viver à altura dela. 

Portanto, a pergunta chave é: “Quem sou eu?” E a resposta de Deus é: “estarei com você” (v.12). Deus está dizendo a Moisés que sua identidade está ligada à identidade de Deus. Moisés pergunta: “Quem sou eu para ir a Faraó?” Mas, Deus diz: “Estarei com você”. Deus é quem faz a diferença. Moisés não precisa de mais autoestima (“você consegue, você é forte, você foi “filho da filha de Faraó”, etc, etc), mas precisa de mais consciência da presença de Deus. “Não há nada que diga a verdade a nosso respeito como cristão tanto quanto nossa vida de oração” Martin L. Jones 

Conclusão: “Eu sou o que Sou”

Moisés diz: “Quem sou eu?” E Deus afirma: “Estarei com você”. O que nos leva à pergunta: Quem é Deus? Quem é o “eu” que estará com Moisés? “Suponhamos que eu vá aos israelitas e lhes diga: O Deus de seus pais me enviou a vocês, e eles perguntarem: Qual é o nome dele? Que lhes direi?” Portanto, Deus revela seu nome a Moisés: “Eu sou o que sou. É isso que você deve dizer aos israelitas: Eu sou me enviou a vocês” (Ex 3.14).

No versículo 15, “Eu sou o que sou” revela seu nome: “O Senhor”. Esse é o termo “YHWH” ou com as vogais “YAHWEH”, esse termo é usado 6700 vezes no Antigo Testamento, enquanto que “Elohim” aparece 2500 ocorrências no Antigo Testamento. “Eu sou o que sou”, pode ser traduzida das seguintes formas: 

“Eu sempre fui quem eu sempre fui”. O Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó (Ex 3.6), sempre agirá de forma coerente com seu histórico. É o mesmo Deus que apareceu para Abraão em Ur dos Caldeus, é o mesmo Deus de Isaque, o mesmo Deus de Jacó, o mesmo Deus de José. É o Deus da aliança.

“Eu sou o que sou”. Deus define a si mesmo, em vez de ser moldado por outros ou por seu relacionamento com eles. Deus não é limitado por fatores externos. Nada nem ninguém podem obriga-lo a ser ou fazer algo contra sua vontade. Contudo, Deus é limitado por seu caráter e por suas promessas.

“Eu serei o que serei”. Deus determinará o futuro ou Deus será aquilo que importa no futuro. Ele é o Alfa e o Omega. É o que Deus que era, é, e há de vir. 


Bibliografia

Bíblia Sagrada - Nova Versão Internacional - Editora Hagnos
Êxodo para Você - Tim Chester - Editora Vida Nova 
A maldição do Cristo Genérico - Eugene Peterson - Editora Mundo Cristão

 

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

 Bíblia Católica X Bíblia Protestante

A Bíblia é a Palavra de Deus, é a bússola do cristão, é o mapa da nossa jornada espiritual. Então, todos os dias, devemos meditar, orar e perseverar em sua leitura. Agora, conforme, falamos em aula, existe uma pequena diferença entre a Bíblia Católica e a Bíblia evangélica,  uma diferença de 7 livros.

Tudo começou em 1517, por um monge chamado Martinho Lutero. Era alemão e vivia na cidade de Wittenberg. Em 1510, foi enviado à Roma, para prestação de conta. Quando chegou lá, ficou escandalizado diante da vida luxuosa, desregrada e corrupta do alto clero e do Papa, na época Leão X. além disso, se revoltou também com a venda da Indulgencias, ordenada pelo santo pontífice. Nas indulgencias, quem pagasse pelo documento, recebia o perdão dos pecados e a salvação dos parentes que estavam no purgatório, diziam “antes da moeda tilintar no cofre da igreja, a alma saia do purgatório e ia ao paraíso”.

Então, em 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero rompeu com a igreja católica. A partir daqui, vão surgindo, aparecendo, diversas denominações ligadas ao movimento da reforma protestante. Também, Martinho Lutero fez a tradução da Bíblia para o alemão, retirando alguns livros, ou, sete livros, que estavam na versão católica, que são: livro de Tobias, Judite, primeiro e segundo Macabeus, Sabedoria e Eclesiástico e profeta Baruque.

Agora, na versão evangélica, ficaram somente 66 livros. Sendo que são 39 livros do Antigo Testamento e 27 livros no Novo Testamento. No Antigo Testamento, temos algumas divisões: Pentateuco, são os cinco livros de Moisés; livros históricos, são 12 livros de relatos da história de Israel; livros poéticos, são 5 livros de poesia; profetas maiores, 5 livros, maiores pelo fato da extensão dos capítulos e, 12 profetas menores.

Agora, o último livro do Antigo Testamento é Malaquias e o primeiro livro do Novo Testamento é Mateus. Aqui tem mais uma teoria. De Malaquias à Mateus são 400 anos de história. É o período em que a Grécia, na pessoa de Alexandre, o Grande,  e seus generais, execraram domínio sobre toda essa região do mundo. Então, alguns estudiosos, chamam esse período “séculos de silêncio”. Nesse tempo, nenhum profeta foi levantado por Deus para profetizar. Então, por isso, que os evangélicos questionam a autenticidade dos 7 livros.

Agora, o Novo Testamento, é dividido em: evangelhos, são quatro, Mateus, Marcos, Lucas e João; História, Atos dos Apostolos; 13 cartas de autoria do apostolo Paulo; 8 cartas de epistolas diversas e, o livro de Apocalipse, o livro da revelação, o livro das últimas coisas. Não há diferença entre a Bíblia Católica e a evangélica, quanto ao Novo Testamento, são os mesmos livros, o mesmo conteúdo.

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

 A VIAGEM DO MAYFLOWER 

No século XVI, cruzar o Oceano Atlântico era uma aventura maior que participar de uma viagem espacial nos dias de hoje. Atualmente, quando os astronautas são lançados ao espaço, contam com uma infraestrutura em terra que monitora cada setor da nave, desde sua partida até seu pouso final. 

Os navegadores daquela época dependiam de condições atmosféricas favoráveis, alguns instrumentos de navegação – como bússola, quadrante, sextante, etc – e uma grande coragem. Não foi diferente com tripulantes e passageiros da embarcação Mayflower, quando, no dia 06 de setembro de 1620, deixaram a Inglaterra em direção ao Novo Mundo, mais precisamente para o que hoje é o território dos Estados Unidos da América.



Muitos dos passageiros do mayflower eram puritanos que, por questões religiosas, abandonaram sua pátria, Inglaterra, em busca de outro lugar para viver. Tais pessoas ficaram conhecidas, a partir de 1799, como “pais peregrinos” ou simplesmente “peregrinos”. O novo lar foi encontrado na América, distante mais de cinco mil quilômetros da Inglaterra. 

Chegaram em 11 de novembro de 1620, ancorando em Cape Cod, situado no atual estado de Massachusetts, onde os peregrinos fundaram o povoado de Plymouth. Quando chegaram frente ao inverno rigoroso que se aproximava fez com que saíssem à procura de água e comida na parte costeira da floresta, já que os mantimentos trazidos na viagem estavam acabando.

A preocupação de obter mais mantimentos foi expressa por um dos líderes do grupo, quando perguntou: “O que podiam perceber senão uma região selvagem, nefanda e desolada”. Ou seja, para os peregrinos, o lugar desconhecido parecia ameaçador. E no decorrer daquele inverno, quase metade da população morreu de doenças, de fome e frio.

A tragédia só não foi total porque os peregrinos receberam ajuda dos indígenas da tribo Wampanoag, especialmente de um deles, chamado Squanto. Ele pertencia à tribo Pawtuxet, que fora exterminada pelas doenças trazidas pelos europeus, por isso passou a morar com os wampanoag. Seus conhecimentos da língua inglesa se deviam aos 14 anos que vivera na Inglaterra, após ter sido raptado para trabalhar como marinheiro. Os índios ensinaram os peregrinos a pescar, caçar e cultivar o milho. 

No outono de 1621, os peregrinos decidiram agradecer a boa colheita que tiveram. Então, realizaram um banquete e convidaram o chefe da tribo que os ajudara, juntamente com 90 guerreiros. A festa que durou três dias, passou a ser comemorada anualmente e recebeu o nome de “Dia de ação de graças”.  Atualmente, a celebração acontece na quarta quinta feira do mês de novembro, quando a maioria das famílias norte americanas se reúnem para um jantar. Os pratos servidos são peru, vegetais da época de outono e tora de abobora. 

                          

 1) POR QUE NO SÉCULO XVI ERA TÃO DIFICIL CRUZAR O OCEANO ATLÃNTICO?

2) QUANDO  O NAVIO MAYFLOWER SAIU DA INGLATERRA E QUANDO DESEMBARCOU NA AMÉRICA DO NORTE?

3) POR QUE PURITANOS?

4) O QUE ACONTECEU COM OS PEREGRINOS QUANDO CHEGARAM NO NOVO CONTINENTE?

5) O QUE OS INDIOS FIZERAM PELOS PEREGRINOS?

6) POR QUE E QUANDO OS AMERICANOS COMEMORAM O DIA DE "AÇÃO DE GRAÇAS"?