quinta-feira, 13 de maio de 2021

 CONJURAÇÃO BAIANA, REVOLTA DOS ALFAIATES OU REVOLTA DOS BÚZIOS. 

Entre os principais líderes da Revolta dos Búzios, destacaram-se os soldados Luís Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas e os alfaiates Manuel Faustino dos Santos Lira e João de Deus Nascimento.

Primeiro, vamos descobrir o significado de conjuração. É uma associação, às vezes, por juramento, para um fim comum. Ou, uma reunião, associação ou grupo secreto e clandestino que articula a queda ou disposição de governo, partido politico ou conspira contra autoridade estabelecida.

Então, conjuração é uma reunião, neste caso para fins políticos. Vimos, os inconfidentes na ultima aula, hoje vamos nos focar, numa histórica pouca divulgada e conhecida, que é a conjuração baiana. Que foi um movimento que ocorreu em Salvador em 1798, com um proposito de destituir o governo português e criar uma república na Bahia. 



Primeiro vamos olhar para Salvador

Primeiro Salvador deixa de ser a capital do Brasil em 1763. E, a capital foi transferida ao Rio de Janeiro. Havia em Salvador em 1798 60 mil habitantes, dos quais 40 mil eram descendentes de negros; alguns escravos, outros livres. 



Eram tempos difíceis, o dinheiro não era suficiente para comprar o necessário; a carne e a farinha custavam mais do que os pobres podiam pagar. Havia muita miséria em Salvador, muita fome... Outrossim, os impostos eram altíssimos e pesava sobre a população. Enquanto que os brancos comiam do bom e do melhor, viviam regaladamente.

Também, chegavam noticias de fora. Todo mundo falava da revolução francesa e de seu lema: liberdade, igualdade e fraternidade. Chegara a notícia de que em Haiti, um pais controlado pela França, os escravos conseguiram sua liberdade politica, libertaram o Haiti! E, livros, literaturas invadiam o porto de Salvador espalhando noticias de liberdade e igualdade e fraternidade, entre os baianos. 



Os soldados negros ganhavam muito pouco, além disso, não podiam alçar voo na carreira militar. E, para piorar, o soldo, ou seja, salário era insuficiente, para sobreviver.

Então, um levante iniciou em Salvador, não mais comandado pela elite, mas pela população. Escravos, livres, comerciantes, alfaiates, artesãos, fazendeiros, médicos, a maçonaria “Cavalheiros da luz”,  todos, ansiavam por coisas melhores em seus dias. O que eles almejavam?

Almejavam que a Bahia não fosse mais controlada por Portugal –monarquia -, mas um regime republicano se instalasse. A república seria chamada: “REPUBLICA BAHINENSE” 


Almejavam que tivesse fabricas de roupas, por que todo vestuário vinha de Portugal ou da Europa.

Almejavam que os negros fossem libertados da escravidão. O ideal de igualdade da revolução francesa fazia com que todos, independentes da cor de sua pele, fossem iguais. 


Então, no dia do 12 de agosto de 1798, alguns cartais apareceram nas principais localidades de Salvador, conclamando o povo ao levante e uma nova maneira de vida, baseado em um regime republicano. 



 Mas, como na inconfidência mineira, temos os x-9, ou cagueta, e o mesmo nome: Joaquim. Lá em Minas, foi Joaquim Silvério, aqui na Bahia, foi Joaquim Veigas. Todos foram presos e somente quatro condenados à morte: dois soldados e dois alfaiates.

Em 08 de novembro de 1799, foram enforcados, no largo da Piedade: Lucas Dantas, Manuel Faustino, João de Deus e Luiz Gonzaga. Seus corpos foram esquartejados e pendurados em muitas partes da cidade.



João Vicente Pereira. 


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