O que houve em Palmares?
Corria pelos engenhos e senzalas da
capitania de Pernambuco a notícia de que, para o lado das serras, na região dos
palmares, havia um refúgio. Um lugar onde era possível viver fora do poder dos senhores de engenho e
manter vivas tradições africanas recriadas na América. Lá, uma nova sociedade
era construída: guerreiros, agricultores, comandantes de guerra, líderes
religiosos, etc.
Aquelas povoações foram chamadas de
mocambos, acampamentos que poderiam ser desmontados e montados em outras
regiões, como estratégia de fuga ou de busca por melhores terrenos.
Chegar a
essa zona de vegetação de palmares não era tarefa fácil. Após fugir dos
engenhos, era necessário trilhar caminhos íngremes e fechados pela mata. Qualquer
descuido poderia resultar em recaptura ou morte, pois havia pessoas dedicadas
especialmente à perseguição de escravos fugitivos, como os capitães do mato.
Mesmo assim, muitos conseguiram chegar ao local, incluindo índios e pessoas
livres. Nos mocambos, os habitantes
extraiam dos palmares fibras e palmitos, além de produzir vinho e óleo.
O governo de Pernambuco não aceitava
a existência desses mocambos. E, no final do século XVII, contratou o
bandeirante Jorge Velho e os demais bandeirantes. O bandeirante assinou um
contrato se comprometendo a destruir os
mocambos de Palmares. Em troca, receberiam prisioneiros, terras e benefícios da
Coroa.
Em 1694, os homens de Jorge Velho
atacaram o mocambo principal de Palmares, localizado no Outeiro do Barriga. Lá
estavam Zumbi e seus exército, na capital conhecida como Macaco, protegidos por
uma cerca alta que rodeava o local, à espera do ataque. Para rompê-la, os
paulistas decidiram subir até o local carregando dois pesados canhões. Após
horas de combate entre os que estavam do lado de fora e do lado de dentro da cerca, as tropas a
serviço da Coroa conseguiram entrar em Macaco. Seu principal objetivo era
capturar ou matar Zumbi, para provar que Palmares havia sido derrotado. Mas não
o encontraram. Estaria ele morto? Teria escapado?
Alguns acreditam que Zumbi havia se
suicidado pulando de um penhasco. Teria preferido morrer assim a ser capturado
ou morto pelos inimigos. Mas, documentos atestam, que um ano depois, em 1695,
um habitante de Palmares que havia sido capturado foi obrigado a ajudar os
homens a serviço da Coroa, e informou onde Zumbi estava escondido. Em uma
emboscada, o líder palmarino foi capturado e morto. Sua cabeça foi exposta em
Recife, para que todos soubessem – principalmente os escravos – que o refúgio
de Palmares estava definitivamente destruído.
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