ESCRAVIDÃO E LIBERTAÇÃO NO BRASIL.
Meus caros, alunos, estamos diante de um tema muito complexo que é a escravidão no Brasil. Iniciou no século XVI, em 1550 e somente terminou em 1888, ou seja, no final do século XIX, quase 400 ANOS DE ESCRAVIDÃO! Bom, alguns historiadores inferem que o numero de negros que vieram ao Brasil são de 3.600.000. No auge de 1817 a metade da população era de pessoas negras! Em 1822, quando Dom Pedro 1 nos deu a independência, havia uma população de 4.5 milhões de brasileiros, a maioria de negros.
Primeiro, os negros eram tirados de sua terra, Africa, e eram embarcados no navio
negreiro. Espremidos, amarrados um no outro. Sem direito a uma comida decente,
um banheiro, eram simplesmente mercadorias. Quando em 1850, estabeleceu a Lei Eusébio
de Queiroz que proibia o trafico negreiro, ou seja, a partir daquela data
estava proibido qualquer navio carregar negros em direção as Américas. Alguns
navios negreiros com medo de serem apanhados pela Marinha Inglesa amarravam os
escravos com correntes e eram jogados ao fundo do Oceano. Quase sempre, na travessia de três meses, sucumbiam...antes de chegar ao seu "dono"...
Nas fazendas
os negros eram marcados, como marcamos gado, e colocados para trabalhar nas
fazendas de cana-de-açúcar. Mulheres, crianças, anciãos, enfim, todos
indistintamente sem o devido reconhecimento das diferenças e peculiaridade e
todos tratados não como seres humanos, mas como animais.
Um dos
castigos mais comuns era o tronco. O escravo ficava amarrado nele, de costas,
totalmente nu. Com um chicote de cinco pontas de couro molhadas, o bacalhau, o
feitor (empregado que fiscalizava os escravos) surrava as costas e as nádegas
até a carne rasgar e sangrar. Sobre a carne viva passava um coquetel de sal,
pimenta e urina. Os castigos eram intermináveis:
derramar álcool sobre as partes do corpo e depois encostar o fogo para
queimá-las, cortar fora o nariz, as orelhas ou os órgãos sexuais (não cortavam
os dedos porque eles eram úteis no trabalho); furar um dos olhos ou até mesmo
cegar os dois; limar os dentes até a raiz.
As escravas
mais bonitas e jovens podiam ser forçadas a ter relações sexuais com os seus
senhores. Caso engravidassem, recebiam ordens para abortar (impedir o filho
nascer). O mais dramático é que as vezes a escrava estrupada dava à luz o filho
dela com o fazendeiro, mas o senhor permanecia insensível: mandava vender o
lindo bebê, seu próprio filho, como escravo!
Gilberto
Freire em seu livro – Casa Grande e Senzala – defendeu a relação cordial que
existia entre o negro e o fazendeiro. Entretanto, isso é disparate
historiográfico! Sou mais inclinado a pensar como Fernando Henrique Cardoso que
propunha que o negro era uma “coisa”, daí vem o termo coisificação, ou um objeto.
É aí que
entra uma das protagonistas importantes desse cenário: Princesa Isabel! Filha de
Dom Pedro II, imperador do Brasil. Se Dona Isabel estivesse viva hoje, não
seria uma mulher de chamar atenção na rua. Não era nem bela nem sedutora, longe
disso. Era baixinha e atarracada, com um rosto comum, e, para piorar, não tinha sobrancelhas e seu
cabelo era ralo, provavelmente em conseqüência de uma doença durante a
juventude. Mas era distinta, aristocrática até a raiz dos cabelos. Era também
desembaraçada, fluente tanto no português quanto no Frances.
Em 1864,
Isabel casou-se com o marido escolhido pelo pai: Gastão de Orleans, no dia 15
de outubro. Também sob suas ordens, voltou ao Brasil em 1873 para o nascimento
de seu primeiro filho, tristemente natimorto. D. Isabel nunca procurou afirmar
uma presença publica independente de seu pai, nem mesmo em 1888, quando os
problemas de saúde de Pedro II ofereceram oportunidade e justificativa para que
ela assim procedesse. A postura de filha devota jamais foi abandonada. Em 13 de maio de 1822, a princesa Isabel assinou a lei Áurea, acabando com a escravidão no Brasil.
QUESTÕES
1) QUANTOS ANOS DUROU A ESCRAVIDÃO?
2) COMO QUE O NEGRO ERA TIRADO DO SEU PAÍS?
3) COMO ERA O NAVIO NEGREIRO?
4) COMO ERAM TRATADOS NAS FAZENDAS?
5) COMO ERA O CASTIGO DOS NEGROS?
6) QUEM FOI A PRINCESA ISABEL? E QUANDO ELA ASSINOU A LEI ÁUREA?